A IMPORTÂNCIA DE EXU NA
UMBANDA
André Cozta
Laroyê, Sagrado Orixá Exu!
Senhor Exu é Mojubá!
Com a permissão desta
Divindade, discorreremos, a partir de hoje, em três textos, acerca deste Orixá,
tão controverso, confuso, e alvo de preconceitos e interpretações errôneas,
inclusive, nos meios umbandistas.
Sempre que um umbandista fala
em Exu, visualiza seus guias espirituais à esquerda, guardiões, manifestadores
dos Divinos Poderes deste Sagrado Orixá e de todos os outros do nosso ritual
religioso. Por isso, nos é comum sempre identificarmos os exus de Oxalá, Xangô,
Ogum, Oxum, Obaluayê, etc.
Porém, se temos todos estes
guardiões “exus” trabalhando sob as 7 Irradiações Divinas (Fé, Amor,
Conhecimento, Justiça, Lei , Evolução e Geração), manifestando através delas as
7 Essências formadoras do Todo (Cristal, Mineral, Vegetal, Fogo, Ar, Terra e
Água), representadas na nossa amada religião pelos quatorze Orixás
manifestadores destes Poderes Divinos, também os temos sob a irradiação deste
Poder de Olorum, que é o Senhor do Vigor, o Trono da Vitalidade, o Senhor Orixá
Exu.
Exu não se encontra em nenhum
dos Sete Sentidos da Vida, em nenhuma das Sete Essências, mas, no exterior de
todas, guardando-as.
Faz-se necessário que os
umbandistas passem a cultuar Exu, enquanto divindade.
Esta necessidade vem se
mostrando ao longo dos tempos, com a abertura do Mistério Exu, pelo Sr. Rubens
Saraceni, em suas obras, trazidas ao plano material por Mestres Dirigentes do
Ritual de Umbanda Sagrada e também com a abertura de um grau magístico: A Magia
Divina do Orixá Exu.
Este “cultuar” não implica em
“trocar”, ou seja, parar de trabalhar, reverenciar, ofertar seus guardiões
“exus” à esquerda. Muito pelo contrário! Representará um fortalecimento no
trabalho do médium para a atuação dos seus guias de esquerda.
Estará acrescendo às suas
forças, um Poder Divino realizador por si só, que trará aos seus “exus”
guardiões condições de trabalho antes não imaginadas pelo médium.
Pai Benedito de Aruanda nos
ensina, através do Mestre Rubens Saraceni, em sua obra “Orixá Exu-
Fundamentação do Mistério Exu na Umbanda (Madras Editora)”, que Exu é, também,
o Estado do Vazio na Criação, enquanto o Sagrado Pai Oxalá é o Espaço Absoluto.
No instante anterior à Criação
no exterior de Olorum, nosso Pai Maior e Divino Criador, havia o caos
estabelecido, o Nada, que é denominado Orixá Exu Mirim. Neste estado, nosso Pai
Criador não poderia exteriorizar o Espaço Absoluto (Pai Oxalá), por isso,
exteriorizou, primeiramente, o Vazio (Senhor Orixá Exu), para que, nele,
pudesse exteriorizar o Espaço.
Então, quando tínhamos o Nada
(Senhor Orixá Exu Mirim), estava instaurado no exterior de Olorum o Plano das
Ideias e Intenções.
Quando exteriorizou Exu (o
Vazio), passou a ter condições de exteriorizar também o Espaço, que, dentro do
Vazio foi estendendo-se e criando o Todo.
Por isso, caro leitor e cara leitora,
temos o Senhor Exu como o maior de todos os Sagrados Orixás, pois, se não
habita nossos íntimos, como os Orixás
manifestadores da Fé, do Amor,
do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração, o temos à nossa
volta, o tempo todo, como o Vazio.
Exu não está em nós, mas, nós
estamos em Exu.
Saibam que as tronqueiras
(casas de exus e pomba giras), são instaladas fora dos terreiros, por que são
os vazios relativos. Se colocadas dentro do terreiro, instaurarão nele o vazio,
impedindo o trabalho dos Orixás e guias da casa.
Do lado de fora, como vazio relativo, receberão todas as
energias negativas nelas despachadas por guias e Orixás durante os trabalhos.
Compreender
Exu desta forma, como estado do Vazio na Criação, como Poder manifestado de
Deus, é compreendê-lo como a própria neutralidade do Todo. sobre isto!
A vitalidade,
o vigor, têm sido associadas à Exu há muito Reflita tempo. Assim cristalizou-se
no ritual africano.
Já falamos de
Exu como Estado do Vazio (ou da neutralidade), como Trono do Vigor ou da
Vitalidade, o Senhor da Virilidade, da masculinidade.
Por um acaso,
não vemos nestas manifestações divinas (por que toda a Divindade manifesta um
Poder de Deus), um “quê” de humanas?
Proponho a
você que reflita bem acerca desta minha dissertação.
Preste
atenção, irmão (ã) umbandista, no trabalho dos seus guardiões “exus”. E, se
verá neles, características dos Orixás que manifestam nos 7 Sentidos da Vida
(Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração), também verá
características deste Divino Poder, desta divindade denominada por nós, aqui no
Brasil, a partir da cultura Ioruba, Orixá Exu.
Recomendo que
aprofunde seus estudos acerca deste Orixá, pois, assim, conhecendo-o bem,
saberá como atuar em benefício próprio, do seu lar, familiares, e até nos seus
trabalhos espirituais, com os Poderes de Exu. Isto sem contar o fortalecimento
e abertura do léque de opções de trabalho para seus guardiões “exus”.
O que dissertei
aqui foram apenas alguns pontos para abertura de uma discussão entre os irmãos
umbandistas.
Sugiro que
estude o Mistério Exu, aberto ao plano material por Rubens Saraceni.
E a partir
destes estudos, passe a cultuar este Amado Orixá, controverso, alvo de ataques
ignorantes, muitas vezes, mas fundamental em nossas vidas, para o Todo, que é a
Criação do Pai Olorum.
No dia
publicarei o texto intitulado “Conto de Exu”, enviado por Pai Thomé do Congo. E
no dia, encerrarei esta série com o texto “Firmezas de Exu”.
Laroyê Senhor
Exu! Saravá Umbanda!
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